O secretário geral da prefeitura, José Carlos Nacif, justifica. Ele ressalta que Nova Friburgo é uma cidade turística e que a praça é o cartão de chegada do município. Segundo Nacif, com a nova estrutura a população terá mais segurança. O secretário também explica o atraso na conclusão da empreitada. “Com o alto volume de chuvas na cidade, a empresa responsável – a RMS Construção Civil LTDA/ Casimiro de Abreu – pediu que houvesse uma suspensão nas obras”, diz ele, afirmando ser este o único motivo para o atraso. Talvez, por um lapso de memória, José Carlos Nacif tenha se esquecido que logo no início das obras houve uma interdição do Ministério do Trabalho, já que foram constatadas a falta de registro da empresa contratada e a não adequação às normas de segurança dos empregados.
Obra estoura prazo e ganha duas novas datas de inauguração - Foto Gerson Gonçalo
Ao ser consultada, a população se divide. Antônio Cunha, comerciante, diz não se incomodar com a obra e considera que atrasos, principalmente em virtude das chuvas, são normais e “precisam ser levados em conta”. Já Dona Regina Martins, proprietária de um restaurante em torno da praça, se mostra revoltada quando questionada a respeito da obra. Afirma que a reforma em si não causa transtornos ao seu estabelecimento, mas acredita que saúde, educação e moradia deveriam ser prioridades e lamenta dizendo que “a opinião popular nada conta nas decisões da prefeitura”.
A nova previsão para o término das obras, segundo a Prefeitura, é de até 45 dias, enquanto funcionários da construtora prevêem 30 dias, fora a reconstrução do jardim, que ficará a cargo da prefeitura. Até lá, o friburguense vai conviver com a praça coberta por cimento e entulho, onde o espaço de azaléias e árvores foi reduzido pelo concreto.
Praça do Suspiro agoniza
Enquanto a obra no Paissandu se arrasta por quase seis meses, outro cartão postal de Nova Friburgo sofre com o abandono. A praça do Suspiro, que abriga o teleférico e é caminho para o corredor cultural e o nunca inaugurado teatro municipal da cidade, está com o piso esburacado, mato crescendo sem aparos e mendigos se servindo dos bancos para morar.
Rosa de Faria, artesã, que vende suas obras na feirinha da praça, reclama da falta de zelo. “Isso aqui está com um aspecto horroroso”. Segundo a prefeitura, uma reforma da praça não está nos planos do governo.
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