sexta-feira, 9 de maio de 2008

OBRA DO PAISSANDU JÁ TEM 1 MÊS DE ATRASO

A obra de reurbanização da Praça Marcílio Dias (Paissandu), em Nova Friburgo, que tinha data para inaugurar no início de abril (03/04), está longe de ser concluída. Fruto de uma parceria entre Ministério do Turismo e a Prefeitura, a obra está orçada em R$ 297.247,01, valor considerado alto por moradores, tendo em vista outras necessida­des julgadas prioritárias pela população, como a questão da moradia.

O secretário geral da prefeitura, José Car­los Nacif, justifica. Ele ressalta que Nova Fri­burgo é uma cidade turística e que a praça é o cartão de chegada do município. Segundo Nacif, com a nova es­trutura a população terá mais segurança. O se­cretário também explica o atraso na conclusão da empreitada. “Com o alto volume de chuvas na cidade, a empresa responsável – a RMS Construção Civil LTDA/ Casimiro de Abreu – pediu que houvesse uma suspensão nas obras”, diz ele, afir­mando ser este o único motivo para o atraso. Talvez, por um lapso de memória, José Carlos Nacif tenha se es­quecido que logo no início das obras houve u­ma interdição do Mi­nistério do Trabalho, já que foram consta­tadas a falta de registro da empresa contratada e a não adequação às nor­mas de segurança dos empregados.

Obra estoura prazo e ganha duas novas datas de inauguração - Foto Gerson Gonçalo

Ao ser consultada, a população se divide. Antônio Cunha, comer­ci­­ante, diz não se in­comodar com a obra e considera que atrasos, principalmente em vir­tude das chuvas, são normais e “precisam ser levados em conta”. Já Dona Regina Martins, proprietária de um res­taurante em torno da praça, se mostra revol­tada quando questiona­da a respeito da obra. Afirma que a reforma em si não causa trans­tornos ao seu estabe­lecimento, mas acredita que saúde, educação e moradia deveriam ser prioridades e lamenta dizendo que “a opinião popular nada conta nas decisões da prefeitura”.

A nova previsão para o término das o­bras, segundo a Pre­feitura, é de até 45 dias, enquanto funcionários da construtora prevêem 30 dias, fora a re­construção do jardim, que ficará a cargo da prefeitura. Até lá, o friburguense vai con­viver com a praça co­berta por cimento e entulho, onde o espaço de azaléias e árvores foi reduzido pelo concreto.

Praça do Suspiro agoniza

Enquanto a obra no Paissandu se arrasta por quase seis meses, outro cartão postal de Nova Friburgo sofre com o abandono. A praça do Suspiro, que abriga o teleférico e é caminho para o cor­redor cultural e o nunca inaugurado teatro mu­nicipal da cidade, está com o piso esburacado, mato crescendo sem aparos e mendigos se servindo dos bancos para morar.

Rosa de Faria, artesã, que vende suas obras na feirinha da praça, reclama da falta de zelo. “Isso aqui está com um aspecto horro­roso”. Segundo a pre­feitura, uma reforma da praça não está nos planos do governo.

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