sexta-feira, 16 de maio de 2008

LA NACIÓN EXALTA SERRA CARIOCA E ESQUECE DE FRIBURGO

Com o título ‘Ares Imperiais nas serras do Rio de Janeiro’, o jornal argentino La Nación publicou no último dia 11, em seu caderno de Turismo, extensa reportagem sobre duas cidades fluminenses em geral pouco conhecidas pelos turistas estrangeiros: Petrópolis e Teresópolis, na Região da Serra Verde Imperial (Serrana).

Sem poupar elogios aos encantos da serra, o enviado especial, Martin Wain, faz um rápido retrospecto histórico do país, desde a fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808.

- Com a chegada da Corte portuguesa, começa ele, fugindo das forças de Napoleão, o Brasil, sem deixar de ser colônia, converteu-se no único reino europeu do continente.

Numa análise sumária, Wain assinala que a chegada da família real, primeiro a Salvador, depois ao Rio de Janeiro, foi o passo mais importante para a formação do País, ao introduzir profundas mudanças na sociedade, desde a implantação da imprensa, o teatro e a ciência, até as bases da organização administrativa.

Depois desse rápido passeio pela história, Wain se rende ao charme de Petrópolis e exalta o entorno natural de Teresópolis, onde o ponto alto é o Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

- A herança imperial, assinala Wain, surpreende a partir das ruas desta cidade serrana, com suas mansões neoclássicas localizadas nas Avenidas Koeller e Ipiranga, para muitos as mais lindas do Brasil.

Wain explica que desde que D. Pedro II construiu ali seu palácio de verão, Petrópolis se transformou numa das maiores atrações do estado do Rio de Janeiro, visitada com freqüência por personalidades.

Teresópolis exaltada

Na visão que tem de Teresópolis, Wain registra a variedade de atrações ao ar livre que a cidade oferece, encanta-se com o rumor das águas que, rodeadas de asfalto, se projetam das cascatas, para se deslumbrar com a presença do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, “a principal atração”, diz ele, “especialmente para os amantes do trekking e do montanhismo”. No entanto, recorda que a melhor visão do maciço é na entrada da cidade, onde se projeta a silhueta do Pico de Deus.

- Com picos que parecem formar um órgão de igreja – lembra ele – o parque oferece caminhadas com diferentes dificuldades, desde os 1100 metros de altura até os 2263. Uma das mais procuradas é a que conduz a Petrópolis, com 42 quilômetros de extensão,, embora haja outras mais simples, de apenas 30 minutos. Até a Pedra do Sino, onde existe um abrigo de montanha, a caminhada é de seis horas.

Friburgo esquecida

O repórter, no entanto, não menciona Nova Friburgo, única cidade no país a ser fundada por decreto real, à época de Dom João VI. Wain deixa de lado ainda Antônio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo, homem mais rico do Império, que construiu o Palácio do Catete, antiga sede do governo nacional e atual museu da República, no Rio de Janeiro. O Barão construiu o Parque São Clemente, hoje aos cuidados do Country Clube, sua moradia de verão e abriu caminho para o trem Leopoldina.

A suíça brasileira, que completa hoje 190 anos, foi fundada em 16 de maio de 1818. O Rei D. João VI, sentindo a necessidade de uma colonização planejada, a fim de promover e dilatar a civilização do Reino do Brasil, baixou um Decreto que autorizou o agente do Cantão de Friburgo, na Suíça, Sebastião Nicolau Gachet, a estabelecer uma colônia de cem famílias suíças na Fazenda do Morro Queimado, no Distrito de Cantagalo, localidade de clima e características naturais idênticas às de seu país de origem.

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