Dona Maria do Carmo Batista, 40 anos, moradora de Olaria, sabe bem o que é a fila do desemprego. “Com três filhos para criar, o que o meu marido ganha não é suficiente. Estamos passando dificuldade desde maio do ano passado, quando fui demitida. Entreguei tudo nas mãos de Deus”, lamenta a doméstica, mãe de Carlos, 5, Douglas, 9, e Diego, 14.
Os números do Ministério do Trabalho de Nova Friburgo não são animadores. De janeiro a março deste ano, a lista de desempregados tem 2.756 nomes, 388 a mais que o mesmo período de 2007, quando havia 2.368 trabalhadores desocupados.
O aumento de 16% nos dados gerais assusta ainda mais ao se analisar o mês de fevereiro, que contabilizou acréscimo de 38% em relação ao ano passado. 1.053 pessoas deram entrada no seguro-desemprego em 2008, contra 763 em 2007.
Os números do Ministério do Trabalho não levam em conta trabalhadores sem carteira assinada ou que já estivessem desempregados no período, apenas aqueles que foram demitidos nesses meses.
Fuga de empresas
Segundo alguns empresários friburguenses, o aumento de demissões na cidade tem a ver com a recessão econômica do país e a fuga de indústrias, que buscam maiores incentivos fiscais. “Além da diminuição nas vendas e o desaquecimento do mercado nessa época, é preciso avaliar que o município está perdendo sucessivamente diversas indústrias. Esse é um processo que começou há 15 anos. Os impostos daqui, infelizmente, não são atrativos, e a negociação com a Prefeitura é difícil”, diz Roberto Strass, empresário do setor têxtil.
O aumento do desemprego não é um fenômeno local. Números recentes divulgados pelo IBGE dão conta da existência de 2,8 milhões de brasileiros sem ocupação.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Olá, parabéns pelo blog. Gostaria de adicioná-lo aos meus contatos, para troca de informações.
davila.nf@hotmail.com
Postar um comentário