segunda-feira, 21 de abril de 2008

CARREATA DO BOTAFOGO EM FRIBURGO

A noite de ontem foi alvinegra. Botafoguenses de toda parte da cidade tiraram o carro da garagem e vestiram a camisa do Fogão para ir às ruas. Depois da vitória no Maracanã, sobre o Fluminense, por 1 a 0, e a conquista da Taça Rio, os torcedores da estrela solitária lavaram a alma e fizeram um buzinaço nas principais vias de Friburgo. Abraços e gritos de 'É CAMPEÃO" soavam alto nos ouvidos dos adversários. Os bares, lotados, abrigaram as zoações contra tricolores, vascaínos e flamenguistas. Otimistas, os botafoguenses prometeram vingança contra a urubuzada na decisão do Estadual do Rio.

Renato Silva, o autor do gol da vitória e herói do título

Crônica de uma vitória

Seu Helênio, 72 anos, alvinegro doente, assistiu ao jogo ao lado do tricolor, e velho amigo, Carlos, em um botequim na rua Monte Líbano. A cada ataque do Botafogo, o aposentado, ex-marinheiro, esfregava as maõs e gritava 'vai, vai, vai'. Quando o árbitro deu pênalti a favor do Fluminense, o coração de seu Helênio ficou apertado. O amigo Carlos já comemorava o gol antes da cobrança. Washington acabou mandando a bola na trave, esfriando o tricolor e devolvendo a esperança aos alvinegros.

Na segunda etapa, o capitão reformado da Marinha Brasileira, pediu mais um guaraná, já que parou de beber após ter sofrido um enfarte no ano passado. A esposa, diz ele, sempre lhe cheira a boca quando chega em casa, para assegurar que não há vestígio de bebida. O jogo movimentado e o domínio botafoguense no segundo tempo, encheu seu Helênio de confiança. O banho de água fria veio aos 29 minutos, com a expulsão equivocada do lateral direito Alessandro, que tocara a bola e não o adversário, em disputa com Conca, do Flu.

O capitão Lúcio Flávio levanta a Taça Rio - Fotos: O Globo online

O ex-marinheiro chegou a prever o pior. 'Agora acho que ficou difícil. O rapaz estava bem, tinha colocado uma bola na trave no primeiro tempo. O juiz é sempre contra a gente. Vamos ter que rezar para ir aos pênaltis'. O companheiro Carlos, tricolor, sentia que a vitória do Fluminense, melhor depois da expulsão, era questão de tempo. Mas aos 39, o milagre. O acuado Botafogo, depois de rebatida na entrada da área, fez o gol do título. Fábio recebeu na pequena área e cruzou para Renato Silva, demitido pelo Flu no ano passado, colocar lá dentro.

Festa de seu Helênio. A vitória estava escrita. Nem a expulsão infantil de Jorge Henrique irritou o alvinegro, que esqueceu da idade avançada e até deixou de lado as preferências musicais para dançar o 'Créu', deixando o amigo Carlos sem jeito. A partir daí, o preto e branco coloriu a cidade. Parecia um filme antigo, mas era a cor alvinegra dando o tom da noite friburguense.

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