sexta-feira, 25 de abril de 2008

ANIMAIS DE RUA EM PERIGO

Novo Código de Posturas da Prefeitura de Nova Friburgo, que prevê até a eliminação de animais, é rejeitado por vereador e ambientalistas

A prefeitura de Nova Friburgo encaminhou, recentemente, um pro­jeto à Câmara Mu­nicipal, que cria um novo Código Municipal de Posturas. Entre mui­tos capítulos, um es­pecífico vem causando críticas e indagações da população. Trata-se do capítulo que prevê o recolhimento de ani­mais de médio e grande porte das ruas da cidade. Há em cir­culação um abaixo-assinado da população que vai contra a me­dida, já que o destino de alguns desses ani­mais será o sacrifício.

as contas públicas em Friburgo viraram uma verdadeira caixa-preta


Em entrevista ao jornal OLHAR PÚBLICO, o vereador Marcelo Verly - PSDB (também presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Ur­ba­no) afirma que apresen­tou um requerimento para que sejam reali­zadas audiências públi­cas antes que o projeto vá a Plenário para votação. Verly conside­ra que esta é uma decisão bastante com­plexa, por isso acredita que a participação da população e de enti­dades dedicadas à proteção dos animais é crucial e critica o fato de o governo não ter a­berto debate à popu­lação, cabendo à Câ­mara fazê-lo.

Este projeto prevê o recolhimento de todos os animais que se en­contram nas vias pú­blicas, logradouros, estradas etc., para a esterilização, vacina­ção, identificação e sacrifício de alguns. A­pós este processo, os animais seriam classifi­ca­dos de acordo com sua idade, comportamen­to e saúde. No caso de animais saudáveis e dóceis, estes retornari­am às ruas; já no caso de animais que apre­sen­tassem alguma zo­onose ou patologia ou ainda idosos, seriam sacrificados, pois, se­gundo o projeto “pode­riam causar danos e constrangimentos à população”; animais classificados como a­gressivos e violentos seriam “albergados no órgão da Prefeitura destinado a este fim ou recolhidos pela entidade conveniada e lá man­tidos até o óbito ou a­doção”.

ONG defende preservação dos animais

A diretora da ONG Univida, Anik Pereira, se mostra contrária ao projeto da Prefeitura e utiliza como base de sua crítica o trabalho que é realizado por sua ONG. Ela explica que um grupo de pessoas que cuidava dos ani­mais de rua individu­almente, resolveu se juntar e unir forças para melhorar a vida dos bichos e conscientizar a população. Há um tra­balho de recolhimento dos animais para a castração e vacinação e assim um incentivo para a adoção. Anik diz que encontra bastante re­sistência das pessoas, tanto na hora de a­dotarem um animal, quanto a se conven­cerem de castrá-los.

O projeto da ONG visa à realização de palestras públicas, principal­men­te nas escolas municipais. A Univida busca apoio do Instituto Nina Rosa, para utilizar seu ma­terial educativo nas palestras infantis, só que depende do apoio, primeiramente, da Pre­feitura de Nova Fri­burgo, que estagnou as negociações desde a apresentação do pro­jeto do novo Código Mu­nicipal de Posturas.

Quando questio­na­do a respeito da origem e valor da verba para a construção do Centro de Zoonoses, Verly afirma não dispor “dessas informações atualizadas, até porque as contas públicas em Friburgo viraram uma verdadeira caixa-preta”. E ainda faz menção ao projeto “Nova Fri­burgo Transparente”, que per­mitiria o acesso do cidadão à arreca­dação da Prefeitura e como e onde são efe­tuados os gastos pú­blicos. No entanto, o pro­jeto vem sendo “empurrado com a bar­riga pelos ve­readores da base go­vernista desde julho passado".

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