sexta-feira, 21 de março de 2008

ANIMAIS DE RUA CONDENADOS

Novo código de posturas da Prefeitura de Nova Friburgo prevê até extermínio de cães idosos e doentes

Moradores temem que cães sejam levados para matadouros - Foto: Gerson Gonçalo

Novo código de posturas da Prefeitura Municipal, que encaminhou o projeto à Câmara de Nova Friburgo, deixou ONGs e protetores de animais preocupados. O capítulo cinco do código prevê a retirada de todos os cachorros das praças do centro da cidade e da Avenida Alberto Braune. Simpatizantes dos cães temem pela vida desses animais.

O advogado Ro­drigo Luz, integrante da ONG Univida, de defesa dos animais, explica que o projeto de lei tem questões polêmicas que deveriam ser discutidas com a sociedade. “Nós não sabemos para onde os cães serão levados. Esse é o nosso medo. Todos esses animais são tratados, tanto por nós quanto por simpatizantes, vacinados e devidamente castrados. O projeto que irá ser votado ainda trata do extermínio de animais idosos e nós não concordamos de maneira alguma com esse tipo de ação”, pondera Rodrigo.

Comerciantes e moradores do centro de Nova Friburgo estão se mobilizando para que o novo código seja discutido com a população. Um abaixo-assinado, que já recolheu cerca de cinco mil assinaturas, pede que a lei seja revista. “O projeto deve ser debatido com a sociedade. É necessária uma audiência pública para discutir os pontos principais. Nosso maior temor é de um extermínio em massa dos animais”, alerta o advogado da Univida.

Se realmente houvesse um lugar onde eles recebessem um tratamento digno, eu
apoiaria. Mas nós não temos essa certeza. Tenho mui­to medo de que os
animais sofram e acabem sendo eliminados. Eu amo muito esses cães, isso seria
uma tragédia

Marcia Campag­nuci, dona da loja Casa dos Aquecedores, na rua Dante Laginestra, cuida de seis cães de rua há cinco anos. Os animais recebem comida e água e transitam livremente pelo estabelecimento. A comerciante, que vacina os cachorros todo ano, é contra o novo código de posturas da Prefeitura. “Se realmente houvesse um lugar onde eles recebessem um tratamento digno, eu apoiaria. Mas nós não temos essa certeza. Tenho mui­to medo de que os animais sofram e acabem sendo eliminados. Eu amo muito esses cães, isso seria uma tragédia”.

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